Jejum de redes sociais

Jejum Redes Sociais

 

Em preparação para a Quaresma o Nuno pergunta-me qual o ‘jejum’ que tenciono fazer até à Páscoa.

Refletindo sobre o uso que dou ao meu tempo e ao tempo da minha família, que me é tão precioso, respondi:

Jejum de redes sociais. Vou limitar o tempo que estou online.

 

A B queixou-se um destes dias que volta e meia lá estou a pegar no telemóvel em detrimento da atenção que lhes devia estar a dar. Que apertadinho ficou o meu coração quando ela me confrontou com esta questão. Confesso que o meu ego logo quis defender-se.

Querem ver?! Já a formiga tem catarro!

Também não é assim tanto tempo…

És uma exagerada!

Era só o que me faltava uma pirralha chamar-me à atenção pelo tempo que estou ao telemóvel!

Tudo isto me passou pela cabeça. Mas em consciência disse-lhe apenas que ela tinha razão e que tinha de facto de fazer um esforço para diminuir o tempo que estava online.

 

Mesmo que seja só em reflexo a uma notificação que acaba de chegar e possa até nem despender muito tempo, a verdade é que o meu foco perde-se de forma automática e com mais regularidade do que gostaria de admitir. Às vezes lá me apanho a fazer scroll para ver mais uma publicação, e mais uma,… e só mais esta, e… ó deixa lá ver mais que isto interessa-me… ah, que vídeo engraçado… Ui, este é inspirador… Mete like aqui. Comenta ali. Vê quem comentou, quem partilhou, quem gostou da página. Responde. Partilha… E lá me perco no tempo, que por si já é escasso, em partilhas que de virtuais pouco passam, quando me basta olhar para o lado para perceber que a minha verdadeira partilha, a mais autêntica, está tão acessível e é, na verdade, tão mais significativa para mim e para o que quero construir na vida.

 

Por outro lado coloca-se a questão do exemplo.

Que estou eu a fazer quando a cada toque me apanho por impulso a pegar no telemóvel para espreitar o que acontece online?

Que mensagens lhes estou a passar?

E é congruente limitar em casa o tempo que as minhas filhas passam em frente ao ecrã da televisão e não limitar os meu nas redes?

Ecrãs são ecrãs e o exemplo tem de partir de mim.

 

Posto isto comprometo-me a delimitar o meu tempo nas redes a 1 hora/dia durante a semana, distribuída por 20 minutos de manhã e 20 minutos à tarde (durante viagens casa-trabalho-casa) e 20 minutos à hora de almoço. Ao sábado e domingo o tempo online diminui para 30 minutos em cada um dos dias.

Este será o meu desafio que espero levar com êxito até à Páscoa e mantê-lo para dá dessa meta. Porque as relações reais precisam bem mais da minha atenção e da minha efetiva presença do que tudo o mais que me distrai online.